sexta-feira, 26 de agosto de 2011

oswaldiando




etérea
matéria




ascese
acesa




sonho
assombro




vida
com vida



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Talvez sejam quatro, ou possam ser lidos como um único poema, o caso é que os oito versos acima foram livremente inspirados no célebre "amor / humor", de Oswald de Andrade [1890-1954]. Talvez o mais conciso poema escrito em todas as línguas, sempre me atraiu por isto: menor que um haicai e transportando todo um universo numa síntese genial. Do original, mantive o tema, "amor", e o nexo sonoro que dialoga criticamente com o nexo de sentido. Fica aqui a humilde homenagem que, espero, seja digna do mestre antropófago.


[R.M.]
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imagem
Foto capa revista Concinitas n.o 6 [Instituto de Artes da UERJ]

sábado, 20 de agosto de 2011

era uma vez


amanhã o monstro
tempo presente
engolirá tudo
feliz
para sempre

[RM]
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imagem
Richard Serra; One Ton Prop [House of Cards], 1969

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

breve estória de amor menor


início
meio a fim
fim




[ R.M. ]

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imagem

Leonilson; "Voilà mon Coeur" [verso]; c.1989; bordado e cristais s/ feltro; 22 X 30 cm

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

ah!

se assim é
que assim seja
amor é
doce peleja


[R.M.]



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imagem
Raul Motta; "Leque"; fotografia digital; Bocaina de Minas, 2009




sábado, 6 de agosto de 2011

leve me

amor
é meio
aula e recreio





[R.M]
para Chris V.
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imagem
René Magritte; La Bataille de l'Argonne, 1959



outrossim




o outro é
em si mesmo
sim e não
o mesmo outro que eu
não ouve não sente não vê não fala
nada que a mim mesmo não me toque ou escape
o outro não é
refaz-se em mim
desfaz-se em nós
não sendo enfim o mesmo jamais
será sempre um outro
sim
mesmo enquanto eu puder vê-lo
como me vejo a mim
mesmo



[R.M.]
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imagem
Michelangelo Pistoletto: Divisione e Moltiplicazione dello specchio, 1978