quarta-feira, 28 de setembro de 2011

sem sensei



de dentro
pra fora
de fora
pra dentro

neste eterno movimento

às vezes creio
caminho do meio
outras anseio
em meio ao caminho

mas mesmo
torto
longe do centro
ou
ainda que lento
eu
sempre tento



[R.M.]

e tem o dito




nesta lida incompleta
o leitor é a complexa
completude do poeta



[R.M.]

domingo, 25 de setembro de 2011

lavra bruta



o poeta
faz e refaz o poema
mergulha em si e fora
de si
abraça o agora
esquece o tema
busca
certa palavra a palavra certa
inspira expira
aspira
ao som do sentido
ao mais íntimo
profundo
etéreo ritmo
até que o poema
em fim
se faz
enfim
o poema se desfaz
do poeta



[R.M.]

sábado, 24 de setembro de 2011

temp[l]o dentro



no templo
do tempo
contemplo



.


originalmente publicado aqui




+
imagem
Raul Motta; "Contemplativo"; grafite s/ papel; s.d.

Diálogos constelares


Na trama que se tece neste universo virtual fazemos todos do ofício da palavra exercício de disponibilidade e troca. Aqui, somos simultaneamente sós e sóis, e cada encontro de verdade é potencialmente gerador de novos diálogos, afetos, sentidos. Pois neste mundo sem esquinas os encontros são possíveis, sim. E de encontro em encontro, criam-se as redes, que geram novos encontros, que renovam e ampliam as redes...

E é do resultado de mais um desses encontros que trato nesta postagem: “Tahrir”, poema originalmente publicado aqui e que agora se encontra entre muitas e boas companhias no blog Poetas Vivos.

Ficam aqui meus agradecimentos a todo o coletivo que faz o Poetas Vivos e, especialmente, ao artista plástico e poetamigo virtual, de quem sou seguidor e grande admirador: grato, Marcantonio!



Tahrir


a praça é o ponto
o centro
de tudo

a praça é o tempo
que corre
o alento

a praça é o eixo
incerto
do novo

a praça é o fluxo
que corre
à margem

a praça é o ventre
o abrigo
alimento

a praça é o vômito
do mundo
profundo

a praça é o sonho
a soma
que somos

a praça é o vértice
a ponta
da lança

a praça é o vórtice
a festa
a dança

a praça é o fogo
o furor
que consome

a praça é o todo
é toda
do povo


.


"Tahrir" no blog Poetas Vivos:

http://sociopoetasvivos.blogspot.com/2011/09/um-poemas-de-raul-motta.html

Poetas Vivos:

http://sociopoetasvivos.blogspot.com/


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Marcantonio

http://azultemporario.blogspot.com/

http://diarioextrovertido.blogspot.com/

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imagem
Tomas Saraceno; "Galaxies forming along filaments, like droplets along the strands of a spider's web"; Venice Biennale, 2009