sábado, 10 de outubro de 2009
um sonho
havia
sol
e luzia
azul flores cheiro
teu abraço
eu você
nada falava
tudo em luz
só
se dizia
[ R.M. ]
foto R.M. ; série "a vila"; Londrina, 2007
sábado, 3 de outubro de 2009
terça-feira, 22 de setembro de 2009
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
semente II [ * ]
me planto a teus pés
e espero
o tempo que flor
[R.M.]
[ * ] em diálogo livre, como só poderia, com o poema
“seja lá o que flor”, da Mariana
http://www.buhobranca.blogspot.com/
terça-feira, 25 de agosto de 2009
inteiro [ * ]
um corte
no cerne da carne do tempo -
o sentido
escorre como seiva -
pode a dor ser
f[r]esta para os olhos?
Haia O.; pintura; s/t.; 2008
.
[ * ] R.M. para pintura de Haia O.
domingo, 23 de agosto de 2009
domingo, 19 de julho de 2009
Solidão e falsa solidão
“Eu, que pouco li Thomas Merton, copiei no entanto de algum artigo seu as seguintes palavras: ‘Quando a sociedade humana cumpre o dever na sua verdadeira função, as pessoas que a formam intensificam cada vez mais a própria liberdade individual e a integridade pessoal. E quanto mais cada indivíduo desenvolve e descobre as fontes secretas de sua própria personalidade incomunicável, mais ele pode contribuir para a vida do todo. A solidão é necessária para a sociedade como o silêncio para a linguagem, e o ar para os pulmões e a comida para o corpo. A comunidade, que procura invadir ou destruir a solidão espiritual dos indivíduos que a compõem, está condenando a si mesma à morte por asfixia espiritual.’
“E mais adiante: ‘A solidão é tão necessária, tanto para a sociedade quanto para o indivíduo que quando a sociedade falha em prover a solidão suficiente para desenvolver a vida interior das pessoas que a compõe, elas se rebelam e procuram a falsa solidão. A falsa solidão é quando um indivíduo, ao qual foi negado o direito de se tornar uma pessoa, vinga-se da sociedade transformando sua individualidade numa arma destruidora. A verdadeira solidão é encontrada na humildade, que é infinitamente rica. A falsa solidão é o refúgio do orgulho, e infinitamente pobre. A pobreza da falsa solidão vem de uma ilusão que pretende, ao enfeitar-se com coisas que nunca podem ser possuídas, distinguir o eu do indivíduo da massa de outros homens. A verdadeira solidão é sem um eu.’
‘Por isso é rica em silêncio e em caridade e em paz. Encontra em si infindáveis fontes de bem para os outros. A falsa solidão é egocêntrica. E porque nada encontra em seu centro, procura arrastar todas as coisas para ela. Mas cada coisa que ela toca infecciona-se com o seu próprio nada, e se destrói. A verdadeira solidão limpa a alma, abre-se completamente para os quatro ventos da generosidade. A falsa solidão fecha a porta para todos os homens.’
‘Ambas as solidões procuram distinguir o indivíduo da multidão. A verdadeira consegue, a falsa falha. A verdadeira solidão separa um homem de outros para que ele possa desenvolver o bem que está nele, e então cumprir seu verdadeiro destino a pôr-se a serviço de uma pessoa.’”
.
Texto extraído de: LISPECTOR, Clarice. A Descoberta do Mundo; Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1992; p.213. O título da postagem é o mesmo da crônica.
Thomas Merton [1915-1968] Monge trapista da Abadia de Gethsemani [Kentucky, USA]; escritor, poeta, ativista social e estudioso de religiões comparadas.
+ Thomas Merton http://www.reflexoes-merton.blogspot.com/
quarta-feira, 15 de julho de 2009
Paulo Sérgio dos Santos Machado
“Meu nome é Paulo Sérgio dos Santos Machado. Nasci em 27 de agosto de 1954, no Rio de Janeiro, Brasil. Moro no Méier. Gosto de samba, pagode, forró, bossa nova, praia, esporte, amor, gosto de paz, carinho, da responsabilidade, do capricho, da dignidade, gosto do respeito, gosto de viajar, da honestidade, gosto das coisas boas, da sinceridade, gosto das boas pessoas, sou católico, gosto de pensar positivo, de imaginar positivo, gosto da vida, gosto deste mundo lindo e encantador, sou uma pessoa amiga, gosto da gentileza e também gosto da bondade, gosto da felicidade e das boas relações.
Satisfação,
Tudo de bom.”
.
“Nos trabalhos aqui expostos, elementos recorrentes articulam uma vontade de ordem, equilíbrio e beleza [...] que se apóia quase sempre na simetria para compor uma imagem simultaneamente estabilizadora e energética do mundo e da vida. [...] as linhas se organizam como que para capturar e transcrever a imanência de forças invisíveis [e] plasmam essas forças de uma inequívoca materialidade.”
segunda-feira, 13 de julho de 2009
trago
quarta-feira, 8 de julho de 2009
precisão
meta fora
no corpo
da
palavra
mas
não faço amor
faço a guerra
"A literatura é a violência organizada contra a fala comum."
in corpore
não é
o meu
o corpo da palavra
é um
duplo de mim
o corpo da palavra
não me é
estranho
e
se
de repente
me entranho
rápido e rasteiro
saio
inteiro
o corpo da palavra
não é
meu
[ R.M. ]
terça-feira, 7 de julho de 2009
quarta-feira, 1 de julho de 2009
de aniversário
Penso em você com afeto
Às vezes bem que te esqueço – é fato...
Ninguém é assim tão perfeito – ou chato!
Porém se de ti me esqueço
É só pra lembrar em seguida
Pois tua lembrança, reconheço,
Me faz bem à vida...
Da vida se vem, e nela se vai
A tudo contém, em tudo se esvai
Mas se entre chegada e partida
Da vida almejamos boa guarida
Guardemos não só na lembrança,
Amiga: se cada um é de si e se tem
Vida com vida se trança...
E cuidar de ti me faz bem!
.
R.M.
para Norma O.
jun/jul, 2009
domingo, 28 de junho de 2009
Varvara Stepanova
O CCBB - Centro Cultural do Banco do Brasil aqui do Rio inaugurou recentemente a exposição Virada Russa, apresentando 123 obras que recriam o clima artístico da Rússia pré-revolucionária, os primeiros anos da utopia soviética e o “retorno à ordem” stalinista.
elegia construtiva para varvara stepanova
cabeça
compasso
mão
pensamento
ferramenta
ação
desenhodesígnio
mundo
homem
construção
tudo ligado
ao todo
arte
arte
arte
em toda parte
até deixar de ser
[p]arte
quinta-feira, 25 de junho de 2009
vão
a mim
me basta um porto
inseguro
um ponto no escuro
um vão
em teus braços
[R.M. ]
.
Agradeço à poetamiga Betina Moraes a captura afetiva e a publicação, que muito me honra, no seu Redoma http://redoma.weebly.com/redoma-masculina.html
+ Betina Moraes http://betinamoraes.blogspot.com/
que nada
me descubro
dois
:
o que nada
sabe
o que mergulha
nada
sabe
.
no fundo
somos
nós
apenas
soma
e
sós
[ R.M. ]
quarta-feira, 24 de junho de 2009
domingo, 14 de junho de 2009
noturno outra vez
.
quanto tempo perdido
penso
e penso no que é pensar nisso
tão tarde da noite
da vida
amores irreconhecíveis
irreconhecidos
coisas assim acontecem
dizem
o tempo é sóbrio em acertos
somos traços, não flechas
então seguimos
.
[ R.M. ]
sábado, 9 de maio de 2009
A Descoberta do Fogo seguido de A Expulsão do Paraíso
Mira Schendel; sem título, 1966; Ecoline e bastão de cera sobre papel. |
domingo, 3 de maio de 2009
manifesto
poema
sabe-se o sabor
quando
[no]
poema
ser
ao som se
soma
Samson Flexor, um poema
quinta-feira, 30 de abril de 2009
horas são
quarta-feira, 29 de abril de 2009
iluminuras
"veermer"; fotografia da série "a vila"; R.M., Londrina, 1997
.
[R.M.]
Anamnemosine
Infância
"Infância"; R.M.; xilogravura, 1997
.
de onde vêm as palavras?
As palavras vêm da sopa.
As palavras vêm dos sons que ouvimos quando estamos com os nossos amigos.
Há palavras quentinhas, acabadinhas de sair do forno.
Se a caneta não escrever, as palavras saem pelas mãos.
As palavras vêm da lua de Inverno.
As palavras são muito tímidas e quando querem sair de casa, vão pela chaminé.
As palavras vêm do coração.
As palavras vêm da palavra “palavra”.
As palavras vêm do fogo, quando o acendemos, as palavras queimam-se e saem, iluminadas.
É da imaginação que vêm as melhores palavras.
Se fosse uma prenda com palavras más, eu não a abria.
As palavras vêm de Homero porque os poetas têm muita sabedoria.
As palavras vêm nas nuvens brancas.
Quando dizemos a palavra errada ela desaparece.
Ana, Ana Rita, João L., João R., Carina, Adriana, Pedro, Alexandre, Inês
.
http://arliquidotres.blogspot.com/2008/01/clube-da-imaginao-de-onde-vm-as.html
.
"Crianças"; Raul Motta; xilogravura, 1997
.
quinta-feira, 23 de abril de 2009
um dia
terça-feira, 17 de março de 2009
uns e outros haicais
Nestes inícios, não tinha a preocupação de respeitar a tradição da divisão do poema em versos de 5, 7 e 5 sílabas, mas procurava escrever a partir de experiências vivenciadas, o que contemplava duas outras regras clássicas: referir-se a um evento particular e apresentar tal evento como “acontecendo agora”, e não no passado. Mais recentemente me propus a escrever respeitando a metrificação clássica e, acredito, este exercício tem resultado em poemas que julgo mais consistentes. Estes últimos estão aqui publicados a seguir, intitulados uns; os mais antigos são os outros.
Para os leitores que tiverem curiosidade em saber mais sobre os haicais, indico duas fontes na internet:
Caqui – Revista Brasileira de Haicai
http://www.kakinet.com/
.
.
Terra redonda
.
Logo ali, o mar.
.
A alma - lama
nas águas de janeiro
me lavo - leve.
.
Da chuva que cai
.
Meu coração
desenho: Mônica Sartori; "Sinuosidades" [ * ]
.
outros
.
Cadeiras de plástico:
na de madeira, solitária,
o gato.
.
Rugas que contam histórias -
quanta beleza no teu rosto,
mulher!
.
Quarto vazio:
minha companhia
lhe agrada?
.
É apenas uma mulher
mas já não vejo
floresárvores.
.
Vestida de azul
ela cruza as pernas e abre um livro.
[A beleza é uma coisa simples]
.
Nem o sol do meio-dia
desfaz a névoa
do meu coração!
.
Branca borboleta
me aponta o vermelho
em meio o verde.
.
Presente dado
a quem está ausente:
dela me lembro.
.
Uma árvore... e ninguém por perto!
Por quê não?
Infância perdida...
.
À beira do riacho
penso mergulhar em sua corrente
minha memória pesada.
.
Triste a cabeça
repleta de pensamentos:
peneira fina.
.
A luz
se acende
depois do happy end.
.
No topo da montanha,
a surpresa:
ainda falta para o céu!
.
O buda
sob a lâmpada:
duplamente iluminado.
.
noitevaranda
enquanto estrelas
mimetizam pirilampos.
.
Teu silêncio -
morno - e o mar
em torno.
.
[R.M.]
[ * ] Mônica Sartori é representada pela Galeria Anna Maria Niemeyer
http://www.annamarianiemeyer.com.br/
.
"one word, one buddha"
poemas distantes
Elegia
amiga, não é doce
como o vinho...
Sorvo agora,
em um rubro cálice,
saudades tuas
e em teu corpo
penso. E o perfume,
inebriante
alma das horas,
alento dos convivas,
a mim me toca
como ausência
dolorosa e triste,
de luz vazia...
Amada, teu bem
ainda não é o meu.
O coração da vida
não se alcança
apenas em palavras...
Inda que belas,
são como o gelo:
formas limpas, perfeitas,
a querer d’água
a fluidez, o
fluxo – e o destino:
se perder no mar...
Assim, desejo
a sublime ventura:
ao amar, ir – e
no Amor, chegar;
em teus braços saber
o que é nadar...
II
nada sei do teu corpo
senão miragens ...
E, só, caminho
por vales, planícies
desertas e vãs,
enquanto sobram
as horas e os dias
desalentam-se,
entorpecendo –
me como o vinho, já por
demais sorvido
em tosco rito -
pálido arremedo
a Dioniso.
A taça, leve,
e a garrafa, oca,
são oferendas
mínimas – e o
deus exige além:
enovelar-se,
extenuado,
preenchendo o vazio
entre corpos nus,
abeberar-se
da seiva acridoce
dos sexos, quente
como o sangue nos
corações... E, só então,
consagrar os dois
amantes, dourar
seus corpos e untar
suas almas sãs.
III
distância, agora,
é aura onde
faço cálida
morada. Entre tantas
és a única
por que anseio:
por teu nome eu peço,
por teu hálito,
aqueço; sendo
um, enlouqueço; dois,
me reconheço...
Ah! Se pudesse,
agora, sentir de ti
o sumo prazer,
o inefável
toque que imagino,
apenas! Tremo,
e o frêmito
que me corre inteiro
é sombra frente
ao real sentir,
ao túrgido turbilhão!
Mas, espero - e
a alma é mar,
sopra o vento, vago...
E trago em mim,
por sob a pele,
o brilho das estrelas
frias, distantes...
- Enquanto guardo
o mergulho profundo
que ensaio, só.
asas
voam
e
são
tantas
as flechas
as flamas
os nomes
do
amor
que
a cada vôo
se me jogo inteiro
e me perco em tudo que me cerca
sinto que o mais em mim não me sustenta
(que sou muito mais que meu coração agüenta)
e volto ao solo, ao chão, ao colo de um deus desequilibrado e trôpego...
z o n a e s cu r a
Qual serpente
dulcíssima e negra
[que à luz do dia se recolhe em corpo]
do teu ventre
parte o movimento
linha súbita
espiralada e crescente
pura grafia
alfabeto constelar transcrito em gestos a desvelar aparências:
a matéria se quer última semente
ponte sutil
entre tantos mundos existentes.
terça-feira, 3 de março de 2009
tempo[s]
urge
e trama
o tempo
traça
e troça
o tempo
clama
e cama
o tempo
é templo
e chama
[ o tempo
em nada pousa
o tempo
pesa
ou
repousa ]
.
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
o catavento de fulô
Encontro de gente com gente, gente com flor, flor com gente, gente-flor.
Objeto concreto, o catavento também é não-objeto. O catavento não é um, não é único, não é qualquer um. O catavento é nenhúnico.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
poemas do catavento
.
[ primeiras palavras do catavento ]
rapidinho passarinha
vôo livre
linhas soltas passarinha
vôo certo
tempo curto passarinha
que o dia é breve
pra tanto pouso passarinha
.
[ primeiros cataventos em palavras ]
catavento de fulô
gira quando sopra
o vento do meu amor
.
cata vento
cata sopro sentimento
cata vento
cata capta o momento
cata cada elemento
cata tudo quanto é vento
cata rápido cata lento
cata até pensamento
cata vento é moinho
cata vento é torvelinho
cata vento meu amorzinho
cata capta teu jeitinho
cata cata e desata
cata rio cata nuvem
cata pedra no caminho
cata dia e noite e dia
cata e gira com carinho
.
[ liú bliú! ]
normamor
norma mora
no meu coração
norma flor
flor aflora
flor de paixão
cor da flor
flor de amor
cor coração
.
palavra que lavra
perdura
meu sentir
suave
dentro de mim
à volta tua
ainda circula
.
Se somos um e dois
importa guardar o um
de cada um de nós.
Se somos um em dois
o dois em nós
é nosso bem comum.
.
Teu jardim
Teu jardim
meu amor
é lugar onde cultivo
o melhor de mim.
Teu jardim
minha cor
é mais que chão
solução
de sutil equação:
viver além de mim.
Teu jardim
minha flor
é onde me jogo
semente
querendo somente
ser teu
enfim
.
hoje é noite
é de festa junina
balão baião
paçoca quentão
queria comigo
moça londrina
balão baião
paçoca quentão
mas... ai, que frio!
ela pode vir não...
balão baião
paçoca quentão
hoje é noite
é de festa junina...
.
Moça-cor
A moça acorda
e vê e sente a cor do dia.
O dia tinge de cor a cor da moça
e ela toda furtacor
de cor se finge:
cromacamaleoa
vive em si a cor oração
na coloração do dia.
.
passarinha poeta
palavra voa
vôo lento
quietinho
quentinho
voa adentro
fazendo ninho
aqui dentro
de mim
.
de dar dó
a saudade que sinto
dó de xodó
xodó de domingo
.
[ sentidos ]
Norma e a esfinge
de tudo que olhas
teu olhar sente e indaga
tateia
e tatua
o mundo
teu olhar
adaga negra e profunda
em tudo que pousa
estranha
se entranha
mergulha fundo
cheiro
sabor
cor
tato
em tudo teu olhar é ato
em tudo se faz presente de fato
teu olhar
sabe que não se sabe nada sobre
assim a tudo que tinge e toca
rasga
corta
perfura
sin jamás perder la ternura
teu negro olhar de menina
sabe e ensina
se tudo que é também se finge
nenhum saber é sábio
só o sabor vence a esfinge.
.
o fruto
“Women with Mangoes”,
de Paul Gauguin
o fruto se sabe
simples lúcida verdade
o fruto é todo corpo
e carne e entranhas
o cheiro bruto a escarnecer de essências
o fruto é
(sim)
essencial
não se apraz em platônico enlace:
ao invés: abandona-se aos bocados
sobrevive no partir
e vai-se
em sacro ofício de si
submerge em sementes
na terra escura
.
tua
palavra
certa
tua
palavra
seta
tua
palavra
acerta
em cheio
o meio
de nós
.
[ 4 poeminhas pelo celular ]
nuvens são árvores
suspensas
em louca revoada
pedras são nuvens
cansadas
longe de casa
.
fim de tarde
luz indo
luzindo leve
tingindo
ares de domingo
no dia que se esvai
.
movimento
lento
respira
dentro
tempo
silêncio
em torno
denso
.
enquanto o dia
nasce
e segue
seu caminho
meu rio
leve
levado por lembranças
reflui:
guardo tua presença
.
passarinha,
céu de melancia,
pérola rubi,
onomacentopéia,
lagartixa-macunaíma,
fio d'olhos d'água,
luz dos olhos negros,
dona moça,
vagas estrelas,
porta-bandeira...
R.M.
2007 - 2008