domingo, 26 de junho de 2011

à beira-mar


Quantas vezes já havia passado pelo monumento a Estácio de Sá, próximo à enseada de Botafogo, sem me tocar de que em seu subsolo existe um espaço cultural...

Pois ontem, quando fazia uma caminhada pela orla, me chamou a atenção um casal que parecia emergir magicamente do chão... Só então pude ver a rampa e a escada que conduzem ao Centro de Visitantes do Monumento Estácio de Sá. Vencidos os degraus de pedra, me surpreendi com a existência de um espaço pequeno, porém aconchegante, que no momento abriga uma exposição coletiva que põe em diálogo trabalhos de fotógrafos e poetas.

Uma pena não ter podido ficar para a performance que seria apresentada pouco depois, ao ar livre, na parte superior do monumento; mas já estou me programando pra retornar num próximo final de semana.

Compartilho aqui com os leitores do há palavra um dos poemas, de autoria do Cairo Trindade, que na exposição dialoga com fotografia de Carolina Pinheiro:


nada mais dura

tudo é pressa pura

tudo se acaba

e se perde:

as pedras, os prédios, impérios

tudo que perdura

são as nuvens

o arco-íris e os vagalumes

das noites de primavera

o mais é literatura




.



O Monumento a Estacio de Sá, incluindo o Centro de Visitantes, é um projeto de autoria do arquiteto Lucio Costa e data de 1973. Desde novembro de 2010, o Centro de Visitantes do Monumento Estácio de Sá é administrado por meio de uma parceria entre a Prefeitura carioca, via RIOTUR, e a Universidade Estácio de Sá.

2 comentários:

Franco disse...

Bela poesia.
Gostaria de ver o espaço,por dentro.
Abraços.

há palavra disse...

Franco amiga,

é belo, sim, o poema do Cairo Trindade! E o escolhi, também, porque ele menciona a pressa - que me remeteu à pressa que nos leva a passar pelos lugares e ver sem enxergar...

Abraços, bons caminhos!