sábado, 21 de maio de 2011

palavrimagem








O que se chama atualmente de "graffiti" há muito já perdeu a sua força política originária e atualmente oscila entre um inofensivo decorativismo [no pior dos casos] e, no melhor dos casos, atinge o estatuto de uma pintura mural - contemporânea e urbana.

Mas o cara ou a guria que está espalhando essa frases de alta condensação e impacto político-poético pelo centro do Rio, segundo meu ponto de vista, está trazendo de volta para o graffiti o espírito punk e libertário, socialmente explosivo, que lhe deu origem.

E tudo isso apenas [?] com a força da ressonância da palavra.

Se alguém souber o nome do[a] artista, me avise!

12 comentários:

Valeria Soares disse...

Também gostei!

há palavra disse...

Valeu, Valéria!
É a presença das palavras nas ruas - literalmente!
Abraços e bons caminhos...

Clarice Villac disse...

.

um sopro de vida -

pelos muros da cidade

graffitanarquia


- Clarice Villac
22.05.2011
.

há palavra disse...

Clariceamiga!
Esse trabalho lembra o do Mundano: intervenção na cidade, ação política etc - só que aqui existe uma abordagem mais filosófica, enquanto no Mundano o tom é mais horizontal.
Abraços e grato pelo diálogo!

Marcantonio disse...

É verdade, concordo. Mas por que em inglês na maioria das vezes? Universaliza ou restringe em relação à ação no próprio sítio?

Um abraço.

há palavra disse...

Marcantonio:

Outras pessoas também questionaram isto - e a resposta é: não sei...

Arriscando uma hipótese, eu diria: ironia, na medida em que os graffitis atacam o poder, o dinheiro etc, e o inglês é a lingua que se associa, de modo mais imediato, aos "donos do mundo"... Assim, usaria-se a língua do "inimigo" para atacá-lo...

Enfim, acho que a questão fica em aberto, enquanto não podemos ter uma versão do[a] próprio[a] artista...

Abraços, bons caminhos!

Raquel Amarante disse...

Nossa!ADOREI!

há palavra disse...

Raquel,

grato pela presença e comentário!

Abraços!

Shirley Brunelli disse...

O que eu queria mesmo, Raul, era pichar, com as próprias mãos, um poema nas paredes brancas da vida. Um poema que partisse alado pelo Infinito e chegasse aos olhos de Deus...Beijos!

há palavra disse...

Shirley,

um belo propósito!

Abraços!

o refúgio disse...

É verdade, Raul, tá faltando indignação e espírito punk-libertário a grande maioria de grafiteiros (na realidade a toda a sociedade). Pior ainda são as pixações que se transformam em lutas de gangues, marcação de território, quando os grafitiros/pixadores deixam apenas sua assinatura e mais nada...
Tem um artista de rua inglês chamado Banksy que vale a pena conhecer, não lembro do link mas se vc buscar no google, vc encontra!

Gostei muito do seu blog, Principalmente seus poemas concisos :)

há palavra disse...

Sandra,

presença-substância a tua!

Quanto às gangues, assino embaixo: é preciso muito bem saber pr'onde direcionar a energia que é protesto e criação.

Sim, conheço o trabalho do Bansky, uma referência - inclusive mostro os stencils dele para os meus alunos sempre que trabalho com graffiti [sou professor de artes no ensino fundamental].

Abraços, volte sempre!