quinta-feira, 23 de abril de 2009

um dia



se eu sei do tempo eu sei porque
um dia
meus pés pisaram a areia
sabendo que a areia já foi rocha
um dia

e dia após dia
o tempo da pedra era o mar
o mar que lambia
a pedra que dormia

[o sal do mar
a língua grossa de sal do mar
qual profecia]

.

[R.M.]

4 comentários:

Eleonora Marino Duarte disse...

no exato momento em que eu pensava em ler teu blog você escreveu as tantas delicadezas que li lá no meu.

fantástica surpresa!

bem, considero que esquina é lugar de parar, minuto em que se decide ir por ali ou por aqui, lugar para juntar gente em torno de idéias e ideais e que ainda é possível reunir tal gente.

tribos, afinidades, pensamentos que convergem, sem discriminação ou qualquer preconceito contra quem não pensa igual, ler algo que nos assemelha é incrível, é como ver foto de um parente que não nos dávamos conta de existir.

muito obrigada por ter se dado ao trabalho de ler minhas sugestões, de pesquisar minhas pesquisas, de ter ido lá. é gratificante.

vou já ler o que me disse com toda a curiosidade e a vontade de quem adora saber.

grande abraço,
vamos seguindo.


PS: belo verso!

há palavra disse...

Sincronicidades, né, Betina?

Isso: esquinas são momentos, pontos-vértices em meio ao fluxo, a possibilitar toda sorte de convergências...

Não é trabalho, agradeço o compartilhar afinidades e dessemelhanças...

Inté, bons caminhos pra ti!

Unknown disse...

RAUL!!!!
ME DÁ UM LIVRO SEU!!
FAZ ELE!!
TÔ EM PRECISÃO!!

Ana Patrocínio disse...

puxa, que lindo. Tem a sutileza de Bandeira. Cada dia que passa percebo mais um raio de Sol na sua casa de caracol! rs
Adorei.