sábado, 26 de maio de 2012

A mais-valia não acabou, seu Claudionor



Essa é pra não tocar no rádio...


Letra: Raul Motta e Rui Ruiz


A vida inteira eu andei na contramão
Lutei
Acreditei
No fim da opressão
Mas meus heróis não morreram de overdose
Aceitaram a esclerose
Agora jogam todos o jogo do sistema
Tudo vale a pena quando a alma se apequena

Eles não estão nem aí
Sem limites no poder
Quem sabe faz a hora   
Vale tudo pra vencer

A decadência generalizada
Agora é civil
A esquerda quem diria
Endireitou o Brasil
Vence na vida quem diz sim
300 picaretas é coisa do passado
Bandido bom é bandido aliado

Eles não estão nem aí
Sem limites no poder
Quem sabe faz a hora   
Vale tudo pra vencer

Socialista ou socialite
Onde está a diferença
Ideologia eu quero uma pra vender
Cooptado ou resistir até morrer?
Nunca antes neste país
O poder foi tão feliz
A mentira a um palmo do nariz

Eles não estão nem aí
Sem limites no poder
Quem sabe faz a hora   
Vale tudo pra vencer


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imagem
Encenação de "A Mais-Valia Vai Acabar, Seu Edgar", de Oduvaldo Vianna Filho [1936-1974]; Teatro de Arena da Faculdade de Arquitetura da UFRJ; Rio de Janeiro, 1960

6 comentários:

Jullio Machado disse...

A letra é oportuna e parece sempre atual... (bela balada; em sentido duplo)

Não existe direita nem esquerda. Existe alternância de lados; oposições.
O poder não os corrompem; eles corrompem o poder.
Enquanto só latimos, caravana segue...

Eleonora Marino Duarte disse...

jura? uma canção com letra sua?

maravilha!!!

música, inclusive, raulamigo.

beijo.

há palavra disse...

Betina,

sim - letra minha, em co-autoria com parceiro de fé.

A música fica por conta do Hátila, um intuitivo puro, mestre do zen sentido - um espírito punk que se iluminou dançando o pogo.

Abraços, bons caminhos!

há palavra disse...

Júlio,

a letra é oportuna e se opõe aos oportunistas de todas as direções.

É verdade o que você diz quanto ao poder: responsabilizar unilateralmente o "sistema" é mais uma dessas espertezas que corroem, por dentro e por fora, o sistema...

Abraço grande, grato pela presença e comentário, bons caminhos pra ti!

Júlio Paiva disse...

Passam os mundos e os trovadores não tardam, no empenho da rima é flecha, certa, desmedida, a letra e a política, mas é bom, enquanto não calam. " O silêncio é sempre duvidoso"

há palavra disse...

Julio,

é isso: um protesto é também uma aposta, um risco...

Grato pela presença e comentário, bons caminhos!