I
o gesto
define
conforma
o corpo
a mão que molda
sente e
sabe:
em espírito somos todos
irmãos
iguais
mas
à matéria
[justa medida de todas as coisas]
cabe a lida
diária
cotidiana:
ser em si
sentir-se
doar-se
doer
.
II
deixa o lastro
e dança
o peso
acalma
leve
o
abandono
[R.M.]
imagens: esculturas de Gleide Almeida
18 comentários:
O gesto pesado da matéria me enfadou... Preciso do descanço que apenas meu espírito pode me dar -recolhendo-se.
É sempre bom vir aqui.
Beijo
Angélica,
grato por mais esta presença, pelo comentário mais que sensível.
Como o corpo, a palavra também é e vive essa contradição: lastro do invisível e ausência do visível...
Abraços, bons caminhos!
A.prece.ando aqui pro.fundo.a.mente a em.forma.ção de em.bel.lezar quem vê a ponto de querer voltar... :)
dançar conforme a música
conforma corpo e alma
tua poesia nos faz mais leves, raul. bjo.
Sua lira é digna de releitura.
Beijo, poeta!
Raul, que arraso. Pensa em publicar em livro? Deveria.
Admirável. Dualismo em que a matéria
arca com a carga da dor da individuação e o espírito se dilui na igualdade, na indistinção. (II) é incrível, mesmo que não dialogasse com a imagem. Ocorreu-me que "leve" pode adjetivar e também ser verbo.
Abraço.
Somos todos passageiros
sem passagem
para o infinito da beleza.
Aspiramos a fumaça do tempo
e secamos o sangue vertido
nas sombras do passado
esquecendo que somos
cinzas
do futuro que não vem
sem a certeza do sou.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Lisboa, 27/08/2010
Lindos versos, Raul!
De uma leveza singular.
Beijo,
Doce de Lira
O gesto para ser atuante precisa de formas brutas. Da causa perdida que faz e desfaz a mente sã!
Abs meu caro.
Oi, Raul !
Tem um selinho pra você lá no ponto de luz !
http://claricevillac.blogspot.com/2010/09/blog-de-ouro.html
:~)
[da mão resta o universo inteiro que a palavra soube ler]
um imenso abraço,
Leonardo B.
meu blog é esse agora.
não uso mais o Atrás das Córneas.
bejo :}r
Que delícia de poema. Uma delicadez cruel, mas verdadeira. Amei
Que estranho é o ser humano, esse animal bípede com polegar opositor que não só ama, chora e sofre, mas que também pode fingir amar, chorar e sofrer. Que estranho que a morte nos bata à porta e nos leve desfazendo o infinito de uma existência breve. Pensando bem, definitivamente a poesia potencializa o tal do infinito.
Matéria, justa medida de todas as coisas...
Legal isso, pq o espírito a alma, os mundos paralelos, existentes ou não, tudo, mas tudo mesmo acaba aqui, na matéria. Se manifesta na matéria.
Gostei muito
Caro Amigo,
Quanta poesia em um blog só! rsrsrs O mundo precisa se inspirar em pessoas como vc para que possamos torná-lo melhor!!!
Nooooossa, quanta poesia num blog só! rsrsrsr. Sinto-me revigorada!!! Nos inspirando em gestos como esse é que podemos tornar o mundo melhor!
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