a praça é o ponto
o centro
de tudo
a praça é o tempo
que corre
o alento
a praça é o eixo
incerto
do novo
a praça é o fluxo
que corre
à margem
a praça é o ventre
o abrigo
alimento
a praça é o vômito
do mundo
profundo
a praça é o sonho
a soma
que somos
a praça é o vértice
a ponta
da lança
a praça é o vórtice
a festa
a dança
a praça é o fogo
o furor
que consome
a praça é o todo
é toda
do povo
[R.M.]
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imagem aérea da Praça Tahrir, Cairo, Egito; Associated Press
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imagem aérea da Praça Tahrir, Cairo, Egito; Associated Press
24 comentários:
É, Raul, acho que a praça é a história, a ágora, o agora que recebe o amanhã, vão ou não.
Um grande abraço.
ágora
agora
Marcantonio,
que bela, precisa, formulação!
Pego carona e sigo o diálogo:
que seja em vão
que haja vão
o salto
o mergulho
a ação
mundo são
Abraços!
[praça é ponto de partida, chegada luz do dia]
um imenso abraço,
Leonardo B.
Oi, Raul,
Bonita poesia. Você trabalha bem estes versos curtos.´
É, o povo está voltando a ser mencionado. Palavra que havia sido banida do nosso vocabulário, como se fosse algo ultrapassado. Desta vez a mídia não pôde utilizar aquele termo meio indefinido da tal da "sociedade civil", que eu até hoje não sei quem é que a compõem. Não seria o próprio povo? Mas parece que esta palavra causava, ou ainda causa, alguma ideia de retrocesso. Sociedade civil é mais moderno, remete à outros tipos de reivindicações, mais de acordo com as novas sociedades neoliberais. Mas, desta vez, parece que o povo protagonizou a festa. Linda a frase de Castro Alves.
Muito foda.
Leonardo,
é isso: depois da partida, há muito mais a navegar!
Abraço grande, grato pela leitura!
Paulo,
maravilha te ver/ler por aqui!
Teu comentário é mais que pertinente: dependendo do contexto em que são utilizadas, palavras deixam de ser meras palavras e se fazem conceitos, exprimem uma visão de mundo, e esse mundo ao qual você se refere tem a assepsia como um de seus ideais.
Enfim, acho que ambos somos do tempo d’“o povo unido jamais será vencido” – será que estamos irremediavelmente ultrapassados? rs...
Abraço!
Thiago,
na língua da praça, papo reto!
Abraço!
Raul, muito bom esse poema. Gostei mesmo. Beijos!
Uma praça onde se cria História... Porque "há palavras" que a contam... Magnificamente.
Maria G.
Shirley,
bem vinda - e grato pelo comentário!
Abraços, bons caminhos...
Maria,
bela observação: a História é sempre um conjunto de histórias...
Abraços pra ti, grato pela leitura e comentário!
E no meio da praça havia um homem louco...
"Trinta raios convergentes unidos no centro formam a roda.
mas é o vazio central que move o carro.
O vaso é feito de argila
Mas é o vazio que o torna útil.
Arem-se portas e janelas nas paredes de uma casa
Mas é vazio que a a torna habitável.
O Ser produz o útil, ma é o Não-Ser que o torna eficaz."
[Tao Te King]
Rachel,
grato pela presença!
a praça é do povo
-
:)
bj
Choco,
como diz o ditado anarquista espanhol:
"Ninguém nos dá o direito, a gente toma"...
Abraços e grato pela cumplicidade!
Simplesmente fantástico!
Abraço
Andréa Motta
Andréa,
a ação que muda o destino é épica - e fantástica...
Gratto pela leitura!
Abraços e bons caminhos...
Adorei o seu jeito de escrever, demonstra muita sensibilidade. Parabéns!
Adriana,
muito agradecido pela presença e pelas palavras de incentivo! É nessa troca que seguimos caminhando...
Abraços pra ti!
chegando atrasado para o trem da história, mas não da poesia.
maravilha de poema Raul.
em Belo Horizonte, o prefeito 'privatizou' uma praça histórica. foram proibidas quaisquer reuniões ou manifestações na mesma.
há que resistir.
um abraço!
Grato!
O trem e a História seguem em movimento, apesar das profecias em contrário!
Lamentável qualquer privatização dos espaços públicos, como a que você me informa. A esse respeito, postei aqui mesmo no há palavra:
http://hapalavra.blogspot.com/2010/11/o-passatempo-de-sua-viagem.html
Abraços e bons caminhos!
Nessa Ágora contemporânea,
manifesta erupção,
existe espaço prá todos,
é cérebro e coração.bj
Claudiamiga!
Disse TUDO!!!
Abraços, bons caminhos...
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