segunda-feira, 30 de julho de 2012

Humano-Cerne




humano cerne [ * ]


 I

 
caminhocidade
ruas
calçadas
corpos me atravessam

ouço
vejo
sinto
despida vestida de mim

tempo
curto
seco

o mundo é mudo

entretantosoutrostodospassantes
só eu
desejo



II


a pele
pétala
ao vento

a carne
me veste
por dentro

eu-mito
habito
no silêncio do mundo em mim

tempo fluido
eixo movimento

sou eu apenas

desejo
ser
cerne



Raul Motta

.

[ * ] Escrito para a vídeo-performance "Humano-Cerne", concepção da artista plástica e performer Lídia Costa, em processo de finalização. 
Versão experimental disponível no YouTube.

6 comentários:

Dolce Vita disse...

Ler-te é um privilégio.

há palavra disse...

Dolce,
e ser lido por certas leitoras - que são as leitoras certas... - também!
Abraços, bons caminhos...

Nadine Granad disse...

Maravilhoso!

As disposições dos versos, múltiplas leituras... uma delícia viajar aqui!...

Beijos =)

há palavra disse...

Nadine,

gosto de trabalhar dialogando com outras linguagens e as imagens do vídeo estimularam bastante. Bom que você gostou, grato pela presença e comentário!

Abraços, bons caminhos...

Daniela Delias disse...

Poemas que chegam ao cerne da gente. É sempre muito bom estar aqui, Raul.
Grande beijo! :)

há palavra disse...

Daniela,

grato pela presença e comentário, Bom te rever aqui!

Abraços grande, bons caminhos...