quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

centro




       minha cidade
      existe
      na rua
      resiste
      à toa
      deleita-se
       em ócio
       troça
         do tédio 
       demora
          no tempo 
        que vive
        e
        fica

         (enquanto a pressa -
       a negócios -
      só passa)



.



[R.M.]


veio [ * ]





hai cai aqui -
dentro - fora -
a vida - agora






[r.m.]

[ * ] para ser lido no máximo volume de silêncio

+

imagem
Raul Motta; Sem título [série "Árvores"]; caneta bic sobre papel sulfite, dez. 2012

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

poemadicto




[R.M.]

dez.2012 - jan.2013


quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

qual quer




a vida
ainda a mais dura
ávida procura

a vida
que seja bela, ainda -
querela



[R.M.]

+

Raul Motta; Sem título; nanquim a pincel sobre papel; dez. 2012

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

haicai aos 51



manhã, café, pão:
passam-se a manteiga
e um ano mais.




[r.m.]

+

imagem
Raul Motta; sem título; nanquim a peincel sobre papel; 29 de agosto de 2012

sábado, 4 de agosto de 2012

vida de rio


no caminho
contornar
polir 
pedras

seixos como herança

oferendas



[RM]

.

imagem:
Raul Motta; sem título; nanquim sobre papel, agosto de 2012

+

Este poema também pode ser lido no blog
Cantinho Literário SOS Rios do Brasil
publicação coordenada pela poetamiga Clarice Villac 


quinta-feira, 2 de agosto de 2012

são



palavras -

esses grãos -


ração
da minha
razão



[rm]

+

imagem:
Raul Motta; sem título; nanquim sobre papel, agosto de 2012

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Humano-Cerne




humano cerne [ * ]


 I

 
caminhocidade
ruas
calçadas
corpos me atravessam

ouço
vejo
sinto
despida vestida de mim

tempo
curto
seco

o mundo é mudo

entretantosoutrostodospassantes
só eu
desejo



II


a pele
pétala
ao vento

a carne
me veste
por dentro

eu-mito
habito
no silêncio do mundo em mim

tempo fluido
eixo movimento

sou eu apenas

desejo
ser
cerne



Raul Motta

.

[ * ] Escrito para a vídeo-performance "Humano-Cerne", concepção da artista plástica e performer Lídia Costa, em processo de finalização. 
Versão experimental disponível no YouTube.

Em diálogo: Cláudia Lemos



Raul Motta; "Infância"; xilogravura, 1997; P.A.



Chão do Tempo


Infante o homem
toma a lembrança
de seu quintal de liberdade

O pássaro primeiro
em mãos de futuro
passeia  possibilidades

A velha criança
floresce a raiz
cravada na rocha do tempo

E nas asas
se desfaz
faz
refaz
o menino de nunca mais.



Cláudia Lemos

Julho, 2012


.



Poema da poetamiga Cláudia Lemos para xilogravura de minha autoria. Promete ser o primeiro fruto de uma série de diálogos transversos.
Reproduzido aqui, originalmente publicado aqui

+


Cláudia Lemos escreve em:

quinta-feira, 26 de julho de 2012

zu lai haicai




buda em pedra
e pedra bruta - ambos:
iluminados



[r.m.]


+

imagem
foto Raul Motta; Templo Zu Lai, Cotia, São Paulo