domingo, 25 de setembro de 2011

lavra bruta



o poeta
faz e refaz o poema
mergulha em si e fora
de si
abraça o agora
esquece o tema
busca
certa palavra a palavra certa
inspira expira
aspira
ao som do sentido
ao mais íntimo
profundo
etéreo ritmo
até que o poema
em fim
se faz
enfim
o poema se desfaz
do poeta



[R.M.]

14 comentários:

o refúgio disse...

O poeta em você nunca expira, só inspira :)

Felicidades, moço!

João A. Quadrado disse...

[solta-se o ar, retorna o poema à linha de horizonte onde recomeça o poeta, o dia, a luz, o ar do poeta]

um abraço,

Leonardo B.

Aclim disse...

Belo poema

Abraço

há palavra disse...

Aclim,

então valeu a lavra...

Abraços!

há palavra disse...

Leonardo,

ritmo e movimento - que se quer transferir/traduzir do ser às/em palavras...

Abraços, bons caminhos!

há palavra disse...

Sandra,

expirar, inspirar... transpirar, sempre!!!

Abraços,

grato pela presença, tudibom nos caminhos...

Unknown disse...

Se o poeta não se inspira, ele pira!

Belo poema, caro amigo!

Valeria Soares disse...

Muito bom! Sempre!

há palavra disse...

Cristiano,

é por isso que [a] gente escreve!!!

Abraços, bons caminhos!

há palavra disse...

Valéria,

ainda melhor é a tua presença por aqui!

Abraços, bons caminhos pra ti...

Alice disse...

O poeta é prisioneiro de si, da palavra, do mundo.

-
Raul, você é o mesmo Raul Motta que postou um trecho em um comentário lá pelas Palavras do Coração? Eu fiquei sem saber... Se for você também, eu queria agradecer e dizer que agora só descanso quando ler aquele livro. Adorei! Obrigada.

Beijo

há palavra disse...

Alice,

ser um sujeito é ser/estar permanentemente sujeito - nesse sentido, prisioneiro, sim, do[s] outros, do mundo, da linguagem...

Esse outro Raul Motta sou eu mesmo, devo ter postado o comentário usando o meu perfil do experienÇa, meu blog de artista visual. O livro do qual transcrevi o comentário é de uma pequena editora carioca e está esgotado; com sorte, talvez você o encontre via sebos virtuais...

Abraços e grato pela presença e diálogo!

Renato Couto disse...

Lembrei do arqueiro (aquele do livro zen), quando diz que não é ele que solta a flecha e sim a flecha que por si se despreende do arco, no momento de máxima tensão da corda do mesmo. Será assim o poema? Ao se despreender do poeta?

há palavra disse...

Ótima conexão, Renato!

Não havia pensado nessas semelhanças mas, sim, elas realmente existem – principalmente o “momento de máxima tensão” a que você se refere: solta-se a flecha, finda-se o poema.

Creio, no entanto, que exista uma diferença: no tiro com o arco zen, arqueiro e alvo são/tornam-se um só; mas o poema seria uma flecha com um "duplo alvo": a língua e o leitor...

Pensando bem, talvez por isso tenha nascido, logo a segui, o “e tem o dito” - para abordar essa relação poeta/leitor, não tematizada aqui.

Grato pelo diálogo!

Abraço e bons caminhos...