quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

do:eu

a poesia não me salva
de mim
mesmo que o melhor de mim
o que verseja
aqui esteja
mesmo que mais que eu mesmo
seja o texto
nem assim
nenhuma estrofe
nenhum verso
nem
uma
palavra
me tira do contexto







[R.M.]

18 comentários:

João A. Quadrado disse...

[delicada teia,

tecida palavra a palavra, dentro da casa do eu]

um imenso abraço, Raul

Leonardo B.

Anônimo disse...

Verdade!
Ela não nos salva;
Nos faz ser mais
presentes ao erro e
ao engano.

Conhecendo assim,
qualquer canto:
De nós!

Unknown disse...

O que nos tira do contexto está por fora!

Belo poema!

Muita paz!

Clarice Villac disse...

Belo poema !

Lembrei do Bob Marley...

"...You running and you running
But you can't run away from yourself
Can't runaway from yourself..."

http://letras.terra.com.br/bob-marley/62975/

Maria da Graça disse...

Raul que bela maneira de dizer de ti!Graça

Alexandra Moraes disse...

a poesia não salva, mas aumenta a nossa vida útil!!

Marcantonio disse...

E fora do contexto haveria salvação?

Abraço, Raul.

Cynthia Lopes disse...

pelo contrário,
te traz pra dentro
te conduz aí mesmo
onde há salvação
onde a mente
concatena
vincula
o ser
ao ser.

bjs

marlene edir severino disse...

É...

Não temos salvação!

Belo texto!

Abraço!

há palavra disse...

Sensível leitura, Leonardo!

Grato pela presença,

bons caminhos...

há palavra disse...

Sahara,

cantos e desvãos - que não nos sejam em vão...

Abraços, grato pela presença!

há palavra disse...

Cristiano,

o fora
será
ou já fora
já era
terá sido
dentro
um dia

Abraços!

há palavra disse...

Clariceamiga,

grato pela referência!

Meu inglês ruim não me permitiu usufruir de toda beleza/significado da letra - que não conhecia - mas guardei o link para ir decifrando com calma...

Abraços,

bons caminhos pra ti!

há palavra disse...

Graça,

escrever é [também] compartilhar-se...

Grato pela presença e comentário,

abraços!

há palavra disse...

Xanda,

"a ciência acrescentou anos à vida, mas a arte acrescenta vida aos anos."

Li essa frase há muito tempo, não sei de quem é, cito de memória...

Abraços, bons caminhos!

há palavra disse...

Marcantonio,

salvação fora do contexto = alienação

[seria? será?]

Abraços,

grato pela presença de fato!

há palavra disse...

Cynthia,

creio que compreendi tua leitura: a poesia não me "retira" de mim mas, ao contrário, me traz mais de mim a mim, ao meu próprio "contexto-dentro" - é isso?

É algo que penso às vezes...

Grato pela bela e sensível [re]leitura!

há palavra disse...

Marlene e demais pessoas que me honram com suas presenças sensíveis aqui no há palavra,

muito interessante, para mim, estar [me] [cor]respondendo com tantas e tão variadas sensibilidades, pessoas, re-leitores e todos me apresentando tantas e tão diversas e todas tão belas interpretações, me sinto verdadeiramente agradecido e mais do que recompensado!

Como os românticos alemães, acredito que a poesia é a forma suprema [ou a única] de filosofia, simultaneamente aberta ao pensamento e à sensação, direta [pois extraindo o máximo com o mínimo de palavras] e subjetiva, enfim, um "veículo" perfeito por não se colocar prioritariamente a serviço da comunicação nem exclusivamente da expressão - e muito menos da "explicação" do mundo, do homem, do mundo dos homens, dos homens no mundo...

Enfim, já me alongo por demais, mas todo esse "discurso" é porque esse poema tão despretencioso provocou respostas tão diversas e todas elas tão válidas! Até posso, filosófica e estritamente falando, me inclinar para uma ou algumas delas mas, poeticamente, onde está a verdade? Do modo como vejo, não numa essência DO poema, mas NO corpo DO poema...

Marlene, acabei "viajando" a partir do teu comentário, minha resposta acabou se dirigindo, além de você, para o coletivo de comentadores e até pra mim mesmo... rs...

Espero que toda essa digressão tenha acrescentado algo de valor às leituras e aos comentários de todos vocês!

Grato pela instigação ao pensar!

Abraços e bons caminhos...